Mãe e mulher: a aventura de gerar filhos e sonhos
Como despertar o interesse do leitor e imprimir sentimentos em algo que ainda não vivi? Pensando nisso, entrevistei algumas mães, de diferentes gerações, nível sócio econômico, escolaridade e realidades opostas, sobre o significado de ser MÃE!
Fui atrás de uma definição que fosse além daquela dada nos dicionários - MÃE é a mulher que deu à luz, que cria ou criou um ou mais filhos.
Todas elas, sem exceção, disseram que ser mãe é uma dádiva, um presente, um prazer, uma missão, é doar-se, é um mistério e, sendo mistério, não é possível descrever!
Na ausência de palavras comecei a ler o tom da voz, o brilho no olhar, a emoção que brotava naturalmente. Percebi que o amor delas estava à flor da pele, que é como se a simbiose continuasse através de um cordão umbilical invisível que continuava nutrindo o filho que já respira independente ou não!
Que brilho é esse? Que força tamanha e por que não dizer estranha, cantada por Roberto Carlos é essa?
Eu vi a mulher preparando
Outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar
Para aquela barriga
Que força é essa que brota dentro do ventre ou coração capaz de abrir mão de sonhos, tempo, de si mesma para cuidar do outro?
É a força da Maternidade! É a força divina descrita por uma das minhas entrevistadas que compartilho:
Como fruto de uma experiência humana, a maternidade é a condição mais extraordinária que já passei em minha vida. O encanto do sorriso e do olhar de um filho desperta o desfrutar da nobreza de um sentimento que, em minha avaliação, só consegue ser inferior ao amor de Deus por nós. Os desafios de ser mãe, obviamente, estão presentes. Às vezes se expressa em uma noite mal dormida; em outras, no sofrimento de acompanhar a dor de um filho. Mas as compensações da maternidade, ah... as compensações são incomparáveis. Nós temos a oportunidade de nos tornarmos pessoas muito melhores. Descobrimos uma força até então desconhecida. Reaprendemos a administrar o tempo e a reequilibrar as verdadeiras prioridades. A todo instante, pratica-se a empatia e o amor não interessado em recompensa. Ama-se porque ama-se e ponto final. Simples assim.
Entretanto essa experiência de ter sob a sua responsabilidade outra ou outras vidas muitas vezes tira o foco de si mesma .Nesse momento, algumas mães escolhem dar “pause”, e quando isso acontece passa a viver sonhos do outro, a viver pelo outro. Como seria se vivesse com o outro?
A maternidade traz em si muitas responsabilidades, desafios e porque não dizer medos. É requerido da mulher um malabarismo diário para as multitarefas que esse projeto impõe! A doação comparece vestida de um amor altruísta! !Até onde é saudável esta doação?
Como doar sem perder a reserva de si mesma?
Como é ter alguém que de fato não te pertence?
Como é saber que o “coração pulsa fora do corpo”?
Por medo de falhar pode surgir ansiedade, stress, depressão, auto cobrança, e o conhecido SE....
Cuidado! Essa condicional pode roubar o prazer do presente recebido!
Reconhecer que é multimulher mas que não é onipresente, onipotente e nem onisciente já alivia um pouco a carga emocional que a responsabilidade da maternidade exige. Fazer um pacto com a vida em si mesma e com vida no outro! Buscar equilíbrio sobre esse cuidar diário de si, da saúde, dos sonhos! Não querer estar no controle de tudo e saber aceitar ajuda no cuidado diário dos filhos de quem se propõe a ajudar.
É preciso acreditar que a maternidade caminha lado a lado com o bem estar!
Aproveitar a oportunidade para crescer, para engravidar de outros sonhos, para tornar-se um ser humano melhor, para verificar em si o que precisa vir à luz, para dar à luz novos projetos pessoais. Perguntar o que em si mesma precisa nascer! Verificar que a fonte não pode secar, automotivar-se afinal, antes de ser mãe , ser mulher! E como mulher, ter dilemas, desejos, anseios, e um potencial imenso a vir a ser!
Venho de uma prole numerosa: avó paterna gerou 14 filhos, a avó materna gerou 10, minha mãe gerou 7. Todas elas abriram o coração para receber mais pessoas, mais filhos que cuidaram com dedicação e amor! Elas descobriram que, estando bem consigo mesmas, impactavam àqueles que estavam ao redor. Puseram em prática a teoria de que, em coração de mãe, sempre cabe mais um!
Desejo que as mães possam engravidar de projetos, sonhos e que estes venham à luz também! Afinal, estar bem consigo mesma é modelo, inspiração para o filho de força e determinação!!!
Que nasça o desejo de cuidar de si mesma. Que nasça e cresça a força necessária para lutar pelos seus sonhos, a despeito das multitarefas do cotidiano que insiste em distanciar sonho e realização!
Abraço todas as mães na pessoa da Rosemeire , minha cunhada, que nesta semana, terá a alegria de dar à luz ao seu segundo filho!
E para você? O que é ser mãe? E quais outros ângulos uma mãe pode ser vista?
Parabéns, Mãe! Parabéns, Mulher!
Cuide-se! Você merece!
Forte abraço!
Máris Eliana Dietz de Oliveira
Psicóloga e Master Coach